O Vigilante

domingo, 6 de setembro de 2009



Título: O Vigilante
Autor(es):Waters, Sarah

Pág.: 448
Número: 34
ISBN: 972-53-0316-4
Ano: 2006



FINALISTA DO BOOKER PRIZE 2006

Depois de três romances onde retratava com mestria a Londres victoriana, Sarah Waters decide avançar no tempo e mergulhar a fundo na década de 40, com os seus bombardeamentos aéreos, ruas em black-out, perigos sempre à espreita e amores muito pouco lícitos.
Terno e trágico, construído de forma original e arrebatadora, O Vigilante é, acima de tudo, uma obra sobre as relações humanas, em toda a sua complexidade e riqueza, e com um lado inesperado quanto baste.
Mais uma obra brilhante e envolvente desta escritora que tão bem nos sabe conquistar.


«Uma escritora brilhante…os seus leitores acreditarão em tudo o que lhes diga» - A.N. Wilson


A Minha Opinião:

Surpreendeu-me muito pela positiva! O desenrolar da história em si, os personagens, a riqueza dos sentimentos. Uma escrita envolvente, nítida, palpável…

A história passa-se na década 40 (durante e depois da 2ª Guerra Mundial) em Londres. Sabe-se que esta cidade foi bombardeada pelos alemães. As casas assim como os monumentos históricos foram destruídos e morreram muitos inocentes.


Mas os sentimentos estão em primeiro plano, sendo a 2ªGuerra Mundial como pano de fundo.

Centra-se na vida de quatro pessoas londrinas: Kay, Helen, Vivien e Duncan. Fala de relações humanas, dos sentimentos e das mentalidades daquela altura. Aborda temas como homossexualidade, infidelidade e aborto.

Kay e Helen eram mulheres que amavam mulheres, ambas fisicamente antagónicas, a primeira masculina e a segunda feminina. Vivien era amante de um homem casado e passou por horrores do aborto. E, Duncan, irmão da Vivien, foi preso durante a 2ª Guerra Mundial. Estas quatro pessoas, todas diferentes e complexas, não se enquadravam naquele tempo…

Achei as descrições impressionantes. Deu-me sensação de estar na 2ª Guerra Mundial, com estas personagens, a ouvir os apitos ou o grito dos Vigilantes, a ver as casas arderem ou a serem esventradas, a respirar o caos preto, as mortes… E, acima de tudo, senti o medo/pânico destas personagens, pois podiam ser atingidas em qualquer momento pelas bombas aéreas dos alemães! Quanto aos sentimentos, achei-os tão ricos e verdadeiros! Uma carga psicológica surpreendentemente real e bastante atingivel.

A história tem um desenrolar de acontecimentos bastante original: começa no pós Guerra e depois se vai recuando até à 2ªGuerra Mundial. Tem três partes: a primeira - ano de 1947, a segunda - 1944 e a terceira - 1941. No entanto, há sempre surpresas/reviravoltas ao longo do livro, mantendo-se o suspense que nos faz agarrar e também a afeiçoarmos às personagens.

Este livro foi inspirado através de vários livros não-ficção. Sarah Waters é uma autora a ter atenção!

Classificação: 6/5 (ultrapassou a escala normal de 1 a 5, é o meu livro de eleição!)


Sobre a Escritora:

Sarah Waters nasceu no País de Gales em 1966 e é doutorada em Literatura Inglesa. Em 1998 recebeu o prémio New London Writers. Em 2000 recebeu o prémio do Sunday Times para jovens escritores e o prémio Somerset Maugham, ambos por Afinidade. O romance Falsas Aparências foi ainda finalista do Booker Prize. Foi considerada pela prestigiada revista Granta uma das 20 jovens escritoras britânicas mais promissoras.



Publicados em Portugal pela Editora Bizâncio:
Afinidade
Falsas Aparências
O Vigilante
Toque de Veludo