A Virgem Cigana

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Data de Leitura: 25/1/2010 a 1/2/2010
Nº de páginas: 336

Sinopse: aqui


A minha opinião:

Adorei este livro, mais por razões pessoais do que por valor literário, marcou-me intensamente!

Esta história começa com a mãe do Mischa, antes de esta falecer, ter devolvido/oferecido a um Museu de uma cidade nos EUA, um Quadro original e bastante valioso, intitulado de “A Virgem Cigana”, julgado há muito desaparecido. O Mischa desconhecia por completo a existência deste quadro. Como é que a sua mãe o arranjara e porque é que esta nunca lhe falara acerca do seu paradeiro?

Mischa será inundado pelas recordações do passado e assim iremos recuar à sua infância, nos anos 40, até à sua idade actual. E a seguir iremos acompanhá-lo no regresso à vila francesa de onde passou a infância.

Identifiquei-me bastante com o Mischa, mais precisamente, com algumas das suas recordações de infância. Cada sofrimento e sentimento, até mesmo o seu primeiro amor. O Mischa foi uma criança muda, ou seja, perdera a voz aos 3 anos de idade e era visto/tratado com tanto ódio pelos vizinhos da sua aldeia, inclusive a Igreja desta província. Não vou dizer porquê, a perda da voz e este ódio suscitado, senão estraga o suspense de todo o enredo. A questão é que o Mischa fora uma criança diferente. Senti toda a sua dor e revolta na infância. Até que, quando o Mischa tinha 6 anos, apareceu na sua Aldeia, um personagem encantador, cowboy que cantava com a sua viola, que deu volta a tudo, ao próprio Mischa, à mãe e até mexeu os pacóvios da Aldeia. O comboy deu magia e alegria a seu redor e, acima de tudo, fez abrir o coração do Mischa, foi quem tomou a iniciativa de comunicar com ele através da escrita, a primeira pessoa que quis saber o que ele tinha a dizer no seu silêncio, e depois deu-lhe o “milagre”. Esta parte da história é comovente que me fez sorrir, ter vontade de cantar, pular e ser amigo de toda a gente. O que mais me tocou, foi a amizade entre o Mischa e uma rapariga, a única que se aproximara dele e se tornara sua verdadeira amiga apesar da sua mudez e do ódio dos outros, e também esta arranjara maneira de comunicar com ele através da escrita. A mãe do Mischa trabalhava no Hotel e assim tem-se uma variedade de personagens igualmente fascinantes. O primeiro amor do Mischa, o que ele sentia e fazia, fez-me recordar a minha própria infância…

Realmente, a Aldeia depositava tanto ódio no Mischa e na sua mãe, porquê? Quem era o pai do Mischa que tinha desaparecido no final da 2ª Guerra Mundial? O que escondia o tal cowboy misterioso que mexeu e encantou toda a gente? O final tem de facto muitas surpresas!

Quanto ao estilo da escrita, é levezinho que se lê com bastante agrado, sem o mínimo de esforço. O que tem mais força, é a história em si: as personagens, os sentimentos, os factos históricos como as consequências da 2ªGuerra Mundial, o desenrolar da história, o mistério e as surpresas no final! Recomendo a leitura. É uma história magnífica, apesar da simplicidade literária.

Vou certamente ler mais livros desta autora.

Classificação: 4/5